segunda-feira, novembro 28, 2011

Mapas do Brasil colônia em versão digital

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Vista da cidade de Salvador em 1605

Projeto coordenado pela Universidade de Brasília cria uma espécie de "Google Earth" de nosso país entre os séculos XVI e XIX.

Com os atuais recursos de localização e captação de imagens aéreas por satélite, a cartografia foi alçada a outro patamar. Agora, essas tecnologias estão sendo aplicadas a mapas históricos do Brasil colonial. Esse é o objetivo do projeto Atlas Histórico Digital da América Lusa, coordenado pelo Laboratório de Experimentação em História Social da Universidade de Brasília. Uma espécie de Google Earth do século XVI a XIX em que é possível medir distâncias, comparar dados geográficos ou visualizar informações como a ocupação econômica e social das cidades.

O Atlas digital está sendo produzido por meio do cruzamento de imagens de satélite com milhares de mapas e informações sobre as unidades urbanas e populacionais do Brasil entre 1500 e 1800. Assim, será possível visualizar, por exemplo, o crescimento de uma região, a transformação de uma vila em cidade ou a evolução dos eixos e centros econômicos do país.

O projeto já conta com um site, que está no ar desde julho em versão de testes, e a partir de outubro terá atualizações regulares.

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sexta-feira, novembro 18, 2011

Comissão aprova regulamentação da profissão de historiador

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A Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público da Câmara dos Deputados aprovou proposta que regulamenta o exercício da profissão de historiador. De acordo com a proposta, historiador é o profissional responsável pela realização de análises, de pesquisas e de estudos relacionados à compreensão do processo histórico e pelo ensino da História nos diversos níveis da educação.

Clique aqui e acesse a Agência Câmara de Notícias para saber mais sobre esse assunto, de grande interesse para toda a comunidade de historiadores.

Clique aqui e conheça a proposta que já havia sido aprovada pelo Congresso Nacional no ano de 2010.
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terça-feira, novembro 15, 2011

O último hangar dos Zeppelins

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Base Aérea de Santa Cruz guarda a história dos dirigíveis, que faziam rota para a Europa.

O majestoso dirígivel LZ-129 Hindenburg entrando no hangar de Santa Cruz, Rio, RJ, em 1936. Numa visão de quase ficção-científica.

O dirígivel LZ-129 Hindenburg pousando em Santa Cruz, Rio, RJ, em 1935. Com o Hangar ainda em construção.

As dimensões gigantescas impressionam. São 274 metros de comprimento e 58 de largura. Orientada no sentido Norte/Sul, a construção acima é um dos três últimos hangares de zeppelins existentes no mundo.

É uma espécie de garagem das famosas aeronaves conhecidas como dirigíveis. Localizado na Base Aérea de Santa Cruz, de estrutura alemã mas com mão-de-obra brasileira, o hangar brasileiro começou a ser construído em 1934 e foi concluído em 1936. Ao partir do Rio de Janeiro para Frankfurt, Alemanha, os zeppelins operavam a primeira linha aérea brasileira para a Europa. O incêndio do lendário Zeppelin Hindenburg, em 1937, nos Estados Unidos, acabou desativando a linha aérea dos dirigíveis.

Tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, IPHAN, o hangar permanece sob propriedade do Comando da Aeronáutica, que já tem um projeto para reformá-lo.

Fatores climáticos, como direção dos ventos e ventilação foram responsáveis pela escolha da região de Santa Cruz para se construir o hangar. Os zeppelins partiam de Frankfurt, atracavam em Pernambuco e desciam sempre no bairro de Santa Cruz, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Hoje o famoso hangar dos zeppelins guarda aviões de caça da Força Aérea Brasileira.

Texto de Paula Coutinho, Jornal Extra.

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segunda-feira, novembro 14, 2011

Motoristas alegres, sádicos e irresponsáveis

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Na foto acima vemos um acidente de trânsito na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro dos anos 40.

O que mostra que o trânsito brasileiro sempre foi motivo de muita discussão e de muita legislação. Vira e mexe são feitas campanhas publicitárias, debates no Congresso e mobilizações da sociedade civil para tentar diminuir os efeitos nocivos das constantes infrações às regras por parte dos motoristas.

Não é de hoje que os hábitos dos brasileiros ao volante já chamavam a atenção de personalidades estrangeiras. Foi o caso do escritor franco-argelino Albert Camus (1913-1960), que registrou sua impressões quando passou por aqui na década de 1940. Em poucas linhas, ele fez um diagnóstico preciso: "Os motoristas brasileiros ou são alegres loucos ou frios sádicos. A confusão e a anarquia deste trânsito só são compensadas por uma lei: chegar primeiro, custe o que custar."

Em Diário de Viagem, de Albert Camus.
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quarta-feira, novembro 02, 2011

Brasil e China, impérios mui amigos

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Brasil e China costuram relações em vários setores e, no ano 2000, tornaram-se grandes parceiros. Mas esta aproximação, ou pelo menos a tentativa, vem de longe. No dia 3 de outubro de 1881, um Tratado de Amizade, Comércio e Navegação, o primeiro entre os dois impérios, foi assinado em Tientsin.

Naquela época, o Brasil tinha outros interesses que não envolviam reciprocidade. Com a crescente libertação dos escravos, o governo brasileiro começava a substituir a mão de obra, e os imigrantes chineses eram vistos como boa alternativa para o problema.

No entanto, o tratado foi frustrado em seu maior objetivo, pois o governo chinês proibiu as correntes migratórias para o Brasil, numa tentativa de evitar novas experiências negativas, como as que já tivera em Cuba, Peru e Estados Unidos (Califórnia), onde as condições de trabalho eram precárias.

A finalidade prática não foi alcançada, mas o episódio retrata também outra pretensão. O acordo seguiu o modelo dos que eram assinados pelas potências européias, os chamados tratados desiguais. O Brasil, pela imposição de condições injustas, desejava se inserir no "Hall das Civilizações" como país superior à China.

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