sábado, junho 24, 2006

A importância da História e o trabalho do historiador


O Historiador é uma peça fundamental em todo o tipo de cultura. Ele retira e preserva os tesouros do passado, interpreta a História, aprofunda o conhecimento do presente. Um povo sem História, e sem o Historiador, é um povo sem memória. A ligação com o cotidiano está tornando a História cada vez mais atraente para o grande público. Atualmente, não é só com países, guerras e heróis que os pesquisadores se preocupam. Nos últimos anos, muitos deles começaram a pesquisar a História do Vinho, do Aborto, das Mulheres, da Juventude, do Medo, do Perdão, dos Bairros, etc. Na profissão de Historiador, a curiosidade de descobrir a origem das coisas tem sido fundamental. O curso de História nas Universidades tem duração média de 4 anos, e possui um currículo recheado de disciplinas que tratam de períodos, regiões e outros temas específicos, como História Antiga, Moderna e Contemporânea, História das Idéias, do Brasil, da África e da Ásia. A Metodologia da História é uma das matérias básicas que são vistas no primeiro ano. Para os que se interessam em dar aulas, é necessário fazer licenciatura. Um outro setor a ser explorado pelos que se formam é o de Consultoria para empresas, já que muitas delas estão preocupadas com o registro da sua história em livros, vídeos e CD-ROMs. Mas a grande maioria desses profissionais acaba mesmo é se empregando como Professor de 1º e 2º grau. O Ensino Superior também oferece um bom mercado, em virtude da presença da disciplina de História em praticamente todos os currículos da área de Ciências Humanas. Os Historiadores se beneficiam também da tendência de dividir a disciplina de Estudos Sociais, para as turmas de 1º à 4º série do Ensino Fundamental, em duas - Geografia e História. Embora ainda seja pequeno, tende a crescer cada vez mais o mercado de trabalho para os Historiadores na Internet, onde eles trabalham principalmente prestando consultoria para empresas e instituições que desejam resgatar sua memória empresarial. Também começa a crescer a procura por professores virtuais de várias disciplinas e pesquisadores de conteúdo com formação em História.

Texto e pesquisa de Adinalzir Pereira Lamego.

sábado, junho 17, 2006

História da Tijuca - RJ

Na época do descobrimento do Brasil, os primeiros exploradores que chegaram nesta região ouviram dos índios a expressão "Tijuca", que na língua tupi quer dizer charco, pântano, alagadiço. De fato toda área ao pé no maciço da Tijuca e da serra do Andaraí era um grande pântano, que até o governo do marquês de Pombal, administrador da colônia no reinado de dom José I, pertencia aos jesuítas.

O terreno entre o Rio Comprido e Inhaúma foi dado à Sociedade de Jesus graças a uma interferência de Mem de Sá, que esperava que os padres pudessem tirar sustento dessas terras para assim levar adiante os trabalhos da igreja. Os jesuítas montaram então, por volta de 1583, três engenhos de açúcar na região: o primeiro passou a se chamar Engenho Velho; o segundo, Engenho Novo, foi construído um pouco mais ao norte, e o terceiro foi chamado de São Cristóvão. Ao lado do Engenho Velho os padres fundaram na mesma época a igreja de São Francisco Xavier, que está no mesmo local até hoje. Em 1759, os jesuítas foram expulsos do país, e a grande sesmaria, batizada de Iguaçu, foi vendida pelo governo a centenas de novos sitiantes.

Para se ter uma idéia de vastidão dessas terras basta dizer que hoje estão nelas os bairros do Rio Comprido, Estácio, São Cristóvão, maracanã, Tijuca, Vila Isabel, Grajaú, Andaraí, Engenho Novo, Méier e Benfica. Mais precisamente no Engenho Velho, passou a florescer então um bairro de chácaras, palacetes e vivendas, que pertenciam a nobres e estrangeiros abastados. Muitos desses nobres se estabeleceram e aumentaram suas fortunas com base na exploração da área.

Cafezais foram plantados ao extremo, chegando ao ponto de se devastar a Mata Atlântica, assustando o Imperador dom Pedro II, que no dia 11 de dezembro de 1861 determinou o replantio total da floresta, ato que desaguou na criação da maior floresta urbana do mundo. A própria Imperatriz Leopoldina, dada a estudos de botânica, passou a subir pelo antigo caminho da fazenda, depois chamado de Estrada Velha, Estrada Nova, e hoje, avenida Edson Passos, para aproveitar a beleza e a tranqüilidade da floresta.

Neste paraíso dentro da cidade, foi criado o Parque Nacional da Tijuca. Mas enquanto a história se desenrolava no alto dos seus morros, a Tijuca crescia e virava um bairro tradicional. Em 1859, os primeiros bondes da América do Sul trafegaram de forma experimental no bairro. Eram carros de tração animal da Companhia de Carris de Ferro da Cidade à Boa Vista, chamados de "carros da Tijuca" ou "maxabombas". Dez anos depois, começaram na cidade os serviços regulares de bondes puxados por burros, com a linha inicial indo do Centro ao Largo do Machado. A implantação dos bondes de tração animal popularizou os passeios à Tijuca.

A chegada do bonde elétrico foi em 1892, numa linha que pertencia à Companhia Ferro-Carril do Jardim Botânico, e levava os passageiros do largo da Carioca até a rua Dois de Dezembro. A população se assustou com a inovação. E uma inscrição teve que ser colocada nos espaldares dos bancos: "a corrente elétrica nenhum perigo oferece aos senhores passageiros".

Vários pontos da Tijuca ganharam seus nomes graças ao bonde. A Muda se chama assim por causa da parada que se fazia ali para que os animais cansados fossem trocados por outros, e se pudesse seguir caminho para o Alto da Boa Vista. A Usina, outro loca famoso, tem este nome porque naquele trecho se situava uma usina termoelétrica. Era lá onde os bondes davam a volta para percorrer de novo o bairro.

A Tijuca também fez histórias com os seus cinemas. Em 26 de outubro de 1907, era inaugurado na rua Haddock Lobo, número 27, o primeiro cinema da região, o Pathé Cinematográfico. Até o final daquela década, mais nove cinemas foram abertos na Tijuca. Se confirmava a fama do bairro de Broadway tupiniquim. Até mesmo o velho e feio largo da Fábrica Chitas , que passou a se chamar praça Saens Peña em 1911, em homenagem ao presidente argentino, ficou mais bonito com a proliferação dos cinemas. O auge aconteceu na década de 1940, quando foi inaugurado nesta mesma praça o cinema Olinda, o maior do Brasil, com 3.500 lugares.

Na década seguinte a Tijuca veria a decadência dos cinemas e o apogeu do futebol. Em 1950 era aberto às margens do rio Maracanã, o estádio Mário Filho, o maior do mundo. O futebol já recebia grandes clássicos no estádio do América Futebol Clube, na rua Campos Sales, mas com a construção do gigantesco complexo esportivo, o bairro jamais seria o mesmo. Os domingos ficaram mais alegres e festivos. Com o regime militar, a Tijuca, que sempre teve nos seus moradores representantes do conservadorismo, talvez por causa da estreita relação com a nobreza imperial no século XIX, abrigou alguns capítulos negros da história do Brasil. Era lá, no 1º Batalhão da Polícia do Exército, que soldados eram treinados para a repressão. Mas a fase negra do bairro passou. E hoje, em meio ao caótico murmurinho de suas ruas centrais e a tranqüilidade inabalável de suas florestas, passeiam os moradores sempre prontos a dar informações, contar casos, e fazer, dia-a-dia, a história da Tijuca.

Este texto é parte do guia Tijuca, pertencente à coleção Bairros do Rio, publicado pela Editora Fraiha [fraiha@dh.com.br].

sexta-feira, junho 02, 2006

Curiosidades da História


Calcanhar de Aquiles

De acordo com a mitologia grega, Tétis, mãe de Aquiles, a fim de tornar seu filho indestrutível, mergulhou-o num grande lago mágico, segurando-o pelo calcanhar. Na Guerra de Tróia, Aquiles foi atingido na única parte de seu corpo que não tinha proteção: o calcanhar. Portanto, o ponto fraco de uma pessoa é conhecido como calcanhar de Aquiles.

Voto de Minerva

Orestes, filho de Clitemnestra, foi acusado pelo assassinato da mãe. No julgamento, houve empate entre os acusados. Coube à deusa Minerva o voto decisivo, que foi em favor do réu. Voto de Minerva é, portanto, o voto de desempate ou o voto decisivo.

Casa da Mãe Joana

Na época do Brasil Império, mais especificamente durante a minoridade do Dom Pedro II, os homens que realmente mandavam no país costumavam se encontrar num prostíbulo do Rio de Janeiro, cuja proprietária se chamava Joana. Como esses homens mandavam e desmandavam no país, a frase casa da mãe Joana ficou conhecida como sinônimo de lugar em que ninguém manda.

Vá se queixar ao Bispo

Durante o Brasil Colônia, a fertilidade de uma mulher era atributo fundamental para o casamento, afinal, a ordem era povoar as novas terras conquistadas. A Igreja permitia que, antes do casamento, os noivos mantivessem relações sexuais, única maneira de o rapaz descobrir se a moça era fértil. E adivinha o que acontecia na maioria das vezes? O noivo fugia depois da relação para não ter que se casar. A mocinha, desolada, ia se queixar ao bispo, que mandava homens para capturar o tal espertinho.

Conto do Vigário

Duas igrejas de Ouro Preto receberam uma imagem de santa como presente. Para decidir qual das duas ficaria com a escultura, os vigários contariam com a ajuda de Deus, ou melhor, de um burro. O negócio era o seguinte: colocaram o burro entre as duas paróquias e o animalzinho teria que caminhar até uma delas. A escolhida pelo quadrúpede ficaria com a santa. E foi isso que aconteceu, só que, mais tarde, descobriram que um dos vigários havia treinado o burro. Desse modo, conto do vigário passou a ser sinônimo de falcatrua e malandragem.

Ficar a ver navios

Dom Sebastião, rei de Portugal, havia morrido na batalha de Alcácer-Quibir, mas seu corpo nunca foi encontrado. Por esse motivo, o povo português se recusava a acreditar na morte do monarca. Era comum as pessoas visitarem o Alto de Santa Catarina, em Lisboa, para esperar pelo rei. Como ele não voltou, o povo ficava a ver navios.

Não entendo Patavinas

Os portugueses encontravam uma enorme dificuldade de entender o que falavam os frades italianos patavinos, originários de Pádua, ou Padova. Assim, não entender patavina significa não entender nada.

Dourar a Pílula

Antigamente as farmácias embrulhavam as pílulas em papel dourado, para melhorar os aspecto do remedinho amargo. A expressão dourar a pílula, significa melhorar a aparência de algo.

Chegar de mãos abanando

Há muito tempo, aqui no Brasil, era comum exigir que os imigrantes que chegassem para trabalhar nas terras trouxessem suas próprias ferramentas. Caso viessem de mãos vazias, era sinal de que não estavam dispostos ao trabalho. Portanto, chegar de mãos abanando é não carregar nada.

Sem eira nem beira

Os telhados de antigamente possuíam eira e beira, detalhes que conferiam status ao dono do imóvel. Possuir eira e beira era sinal de riqueza e de cultura. Não ter eira nem beira significa que a pessoa é pobre, está sem grana.

Abraço de Tamanduá

Para capturar sua presa, o tamanduá se deita de barriga para cima e abraça seu inimigo. O desafeto é então esmagado pela força. Abraço de tamanduá é sinônimo de deslealdade, traição.

O Canto do Cisne

Dizia-se que o cisne emitia um belíssimo canto pouco antes de morrer. Desta maneira a expressão "canto do cisne" representa as últimas realizações de alguém.

Estômago de Avestruz

Define aquele que come de tudo. O estômago do avestruz é dotado de um suco gástrico capaz de dissolver até metais.

Lágrimas de Crocodilo

É uma expressão usada para se referir ao choro fingido. O crocodilo, quando captura uma presa, faz forte pressão contra o céu da boca, comprimindo as glândulas lacrimais. Assim, ele chora enquanto devora a vítima..

Memória de Elefante

O elefante lembra de tudo aquilo que aprende, por isso é uma das principais atrações do circo. Diz-se que as pessoas que se recordam de tudo tem memória de elefante.

Olhos de Lince

Ter olhos de lince significa enxergar longe, uma vez que esses bichos têm a visão apuradíssima. Os antigos acreditavam que o lince podia ver através das paredes.

Fonte: Autor desconhecido

Atenção: Não consegui estabelecer a origem do texto acima. Caso você a conheça, por favor entre em contato comigo, que a divulgarei.