quinta-feira, abril 28, 2011

Revista do IHGB - 172 anos em um clique

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Um grande banco de dados permite explorar a imensa riqueza de fontes documentais e artigos publicados na Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro desde 1839.

Em qualquer lista dos principais patrimônios culturais do Brasil, o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB) sempre estará presente. A biblioteca e o arquivo da instituição preservam boa parte de nossa memória nacional. Para divulgar esse acervo e outras fontes documentais espalhadas por vários arquivos, bibliotecas e hemerotecas, o IHBG criou há 172 anos um periódico mundialmente famoso.

Bem antes da invenção da internet, coube à Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (RIHGB) organizar e disponibilizar artigos, monografias, catálogos, guias e inventários analíticos sobre os mais diversos temas da história brasileira. Riqueza que também está acessível pela grande rede.

No site do IHGB, há um banco de dados textual do conjunto do acervo. A pesquisa restrita à opção “artigos” apresenta interessantes resultados. Façamos um exercício: imaginemos um pesquisador interessado em estudar elites políticas coloniais. A busca pela palavra "governadores" retorna 19 artigos. Em meio às referências, selecionamos o texto "Catálogo dos capitães-mores e governadores da capitania do Rio Grande do Norte", publicado em 1854 na RIHGB.

Conforme mencionamos, no site do IHGB há somente o banco textual, ou seja, apenas as referências bibliográficas dos artigos. Para localizar os textos propriamente ditos, uma solução é a busca avançada do Google Livros. No campo "Procurar resultados", escreva o nome do periódico. No campo "Data", selecione o ano de 1854. Conforme é possível perceber, a visualização completa do volume da RIHGB está disponível.

Tendo em mãos a lista dos governadores, podemos navegar também no site do Conselho Ultramarino/UNB, onde se encontra vasto material documental a respeito do Rio Grande do Norte. A próxima etapa seria integrar esse material ao debate historiográfico presente na bibliografia especializada. Então, é a hora de desligar o computador e ir para a biblioteca.

Adaptação do texto de Renato Venâncio, professor da Universidade Federal de Ouro Preto.
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sexta-feira, abril 22, 2011

Não havia higiene na Idade Média?

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É muito comum dizer que na Idade mèdia, os homens cheiravam mal e não trocavam de roupa, e os camponeses viviam com animais. Não existiam banhos, mesmo porque lavar-se não era coisa bem vista. Certo? Errado!

Banho público na Alemanha. Ilustração de manuscrito do século XV. Coleção do Castelo de Waldburg-Wolfegg.

Muita gente aprende nos bancos escolares ou em referências no cinema e em livros que os tempos medievais foram uma negação em matéria de asseio. Não é bem assim. Havia higiene na Idade Média, quando também se usava a água por prazer. Esse só não era um valor tão disseminado como hoje nas sociedades carentes, como em todos os períodos passados, de meios de educação abrangentes e democráticos.


Acervos preciosos de arte e objetos do período incluem itens usados na toalete de homens e mulheres, assim como iluminuras que representam pessoas se lavando. Os tratados de medicina e educação de Bartholomeus Anglicus, Vicente de Beauvais ou Aldobrandino de Siena, monges que viveram no século XIII, mostram uma preocupação real em valorizar a limpeza, principalmente a infantil.

A água era um elemento terapêutico e servia tanto para prevenir quanto para curar as doenças. Desenvolveram-se as estâncias termais e era recomendado e estimulado lavar-se regularmente. Como as casas não tinham água corrente, os grandes locais de higiene eram os banhos. Certamente herdados da Antiguidade, é provável que tenham voltado à moda graças aos cruzados retornados do Oriente, onde se havia conservado a tradição.

Nas cidades, a maioria dos bairros tinha banhos públicos, chamados de “estufas”, cuja abertura os pregoeiros anunciavam de manhã. Em 1292, Paris, por exemplo, contava com 27 estabelecimentos. Alguns deles pertenciam ao clero. O preço da entrada era elevado, e nem todos podiam visitá-los com assiduidade.


Na origem, os frequentadores se contentavam com a imersão em grandes banheiras de água quente. O procedimento se aperfeiçoou com o surgimento de banhos saturados de vapor de água. Utilizava-se o sabonete ou a saponária, planta que fazia a água espumar, para um melhor resultado. Para branquear os dentes, recorria-se a abrasivos à base de conchas e corais.


Tal era o sucesso desses locais que a corporação dos estufeiros foi regulamentada. Eles tinham direito a preços predeterminados e o dever de manter água própria e impedir a entrada de doentes e prostitutas. A verdade, porém, é que as estufas foram se transformando cada vez mais em lugar de encontros galantes: os banhos em comum e os quartos colocados à disposição dos clientes favoreciam a prostituição.


No século XIV, recorreu-se a éditos para separar os homens das mulheres, mas foi durante o século XV que se verificou uma mudança de mentalidade. A Igreja endureceu suas regras morais, pois passou a ver com maus olhos tudo quanto se relacionasse com o corpo. E os médicos já não consideravam a água benéfica, mas sim responsável e vetor de enfermidades e epidemias. Segundo eles, os poros dilatados facilitavam a entrada de miasmas e impurezas.


A grande peste de 1348 fez crescer esse entendimento. Desde então, passou-se a desconfiar da água, que devia ser usada com moderação. Os banhos declinaram e, pouco a pouco, desapareceram. Foi preciso aguardar o século XIX e o movimento higienista para que se produzisse uma nova mudança de mentalidade.


Texto de Olivier Tosseri, na Revista História Viva

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segunda-feira, abril 11, 2011

Biblioteca Digital da Universidade Gama Filho

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Para quem conheceu a UGF nos anos 70 e 80, quando ainda não havia a revolução tecnológica dos nossos dias. Essa é uma iniciativa histórica que merece ser divulgada. Como um ex-aluno dessa universidade, deixo aqui os meus parabéns aos criadores dessa grande idéia.

No começo do ano, a Biblioteca Digital da Universidade Gama Filho ultrapassou a marca de um milhão de arquivos, transformando-se na maior biblioteca digital do país. O projeto da Universidade Gama Filho é um consórcio com o Open Archives Initiative.

Funciona da seguinte forma: as instituições participantes abrem e compartilham seus acervos de texto, e outros arquivos de vídeo e áudio, formando um acervo internacional de grande extensão e fácil acesso.

A Biblioteca Digital dá acesso gratuito a 32 milhões de arquivos completos. Entre eles estão os acervos digitais de texto de bibliotecas de 1.435 universidades, 48.000 artigos de periódicos científicos, teses e dissertações de mestrado e doutorado de universidades como Harvard, Yale, Oxford, Cambridge, Sorbonne , USP, Unicamp, UFRJ e FGV. A plataforma de pesquisa ainda permite acesso à bancos de dados de centros de pesquisa internacionais e nacionais, à arquivos de órgãos governamentais de 62 países e aos acervos digitalizados das maiores bibliotecas nacionais.

Grande passo na promoção da comunicação acadêmica, essa iniciativa amplia o compartilhamento de informação entre estudantes, acadêmicos e curiosos, promovendo uma maior difusão da produção científica e cultural.

Fonte: Arquivo Estado
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quinta-feira, abril 07, 2011

Massacre em colégio do Rio de Janeiro

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Este blog, escrito por um professor, está de luto.

É a primeira vez que uma escola brasileira é palco de uma tragédia como essa. Um homem invadiu a Escola Municipal Tasso da Silveira, no bairro de Realengo, zona oeste do Rio de Janeiro e abriu fogo, deixando doze crianças mortas e quase trinta feridos. O atirador cometeu suicídio ao ser encurralado pela polícia.

O criminoso, que portava duas armas, disparou contra os alunos com a intenção de matá-los, já que os tiros foram direcionados à cabeça dos estudantes.
Não dá para entender o que se passa pela cabeça de um louco que às 8 horas da manhã de hoje, dia 07/04/11, entrou dentro de uma escola com várias crianças estudando e foi atirando para matar, sem dó nem piedade.

Eu fico pensando na dor que está sentindo os pais dessas crianças que sairam de casa para estudar e foram mortas por um louco, que sem mais nem menos, entrou na escola e foi atirando em pessoas indefesas e inocentes. Aos pais e familiares, eu deixo aqui meus sentimentos.
Infelizmente, doze anos depois, os tiros de Columbine foram disparados. Só que dessa vez, aqui na cidade do Rio de Janeiro. É muito triste.

Segundo o Prof. Josimar, do blog Remexendo o Passado, esse fato mostra que é preciso urgente dar mais atenção e investimentos a duas áreas sociais muito importantes para o nosso país: a segurança e a educação. Seu texto, aliás bastante interessante e conclusivo, revela também outros episódios semelhantes que já aconteceram pelo mundo. Clique aqui e leia o conteúdo completo.
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