sexta-feira, junho 26, 2009

Educação visionária

Sempre é bom lembrar a qualidade dos textos publicados na Revista de História da Biblioteca Nacional, da qual muito me orgulho em ser um leitor assíduo. Logo, não poderia deixar de citar aqui um excelente artigo de autoria de Patrícia Wolley publicado na edição online da revista sobre a atuação dos jesuítas e a sua visão em prol da educação no Brasil.

O texto mostra como os padres inacianos foram responsáveis por uma verdadeira ocupação das mentes no início da era moderna e como enxergaram longe ao darem prioridade as ações pedagógicas.
"Quando se fala sobre os jesuítas, que completam 460 anos no Brasil, logo o espírito aventureiro é posto em discussão. Porém, tão importante quanto a exploração de novas terras, era a vocação natural da Companhia de Jesus para a prática da educação. Se Rousseau e os ministros dos reis perceberam, apenas no século XVIII, a importância da pedagogia como instrumento fundamental na modelagem dos comportamentos, os pragmáticos jesuítas já atentavam para isto desde a criação da Companhia em 1540."
COMENTÁRIO: Para complementar, não poderia deixar de citar aqui referências sobre os jesuítas no bairro de Santa Cruz (RJ), local onde a presença dos Jesuítas foi muito importante. Inclusive na educação religiosa e na música. Vamos encontrar referências escritas a respeito do nome do bairro na obra rara intitulada "História da Imperial Fazenda de Santa Cruz", de autoria de José de Saldanha da Gama, publicada pelo Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro no tomo 38 da sua Revista, do quarto trimestre de 1860. Saldanha da Gama, que foi um dos superintendentes da fazenda, lembra que os jesuítas colocaram uma grande cruz de madeira, pintada de preto, encaixada em uma base de pedra sustentada por um pilar de granito. Mais tarde, já durante o Império, o cruzeiro seria substituído por outro de dimensões menores. Atualmente existe uma cruz no mesmo local, mas não é o cruzeiro histórico, e sim uma réplica. O cruzeiro deu nome à Santa Cruz, e em volta dele festejava-se, no mês de maio de cada ano, o "Dia da Sagração da Santa Cruz", com a participação da população local, inclusive dos escravos. A festa possuía o seu lado sagrado e o seu lado profano. Havia missas, bênçãos, ladainhas, reza do terço e procissão. À noite, no grande terreno em frente à igreja dos padres jesuítas, era a vez dos escravos se divertirem. Como não havia luz elétrica naquela época, eles usavam lampiões e centenas de archotes espalhados em toda a área. Ali cantavam e dançavam, comemorando a festa religiosa do dia. Santa Cruz começou a ser povoada em meados do século XVI. As terras faziam parte da antiga sesmaria de Guaratiba, que foi desmembrada em nome de Martim Afonso de Souza, no dia 16 de janeiro de 1567, para contemplar Cristóvão Monteiro, que se considerou merecedor das terras por ter ajudado na fundação da cidade do Rio de Janeiro, combatendo contra índios e franceses. Cristóvão Monteiro, que mais tarde seria ouvidor-mor da Câmara do Rio de Janeiro, instala-se na região como o primeiro proprietário português das terras que se tornariam a famosa Fazenda de Santa Cruz. Este foi o início do povoamento de Santa Cruz, que começou com Cristóvão Monteiro e foi se consolidando com a efetiva ocupação do território pelos padres jesuítas, que expandiram a área da sesmaria adquirindo terras vizinhas até alcançar dez léguas quadradas. A fazenda ia de Sepetiba até Vassouras, abrangendo também o atual Município de Itaguaí. Outro livro importante que eu poderia citar aqui é: "Santa Cruz, Fazenda Jesuítica, Real e Imperial, Volume I, Era Jesuítica, 1567-1759", de autoria do historiador Benedicto de Freitas, onde ao citar o Conservatório e a Orquestra e Coral de Escravos, destaca a importãncia dos padres como dedicados professores e notáveis músicos.

Texto e pesquisa de Adinalzir Pereira Lamego.

sexta-feira, junho 19, 2009

Curiosidades históricas

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A pedido dos meus alunos, irei postar algumas curiosidades que ajudam a complementar o ensino da História. E como hoje nós falamos sobre Exploradores e Viajantes. Lá vai:

Quem foi a primeira pessoa a chegar ao Pólo Norte?

Não é fácil responder a esta pergunta. Os exploradores americanos Frederik Cook e Robert Peary afirmaram ter chegado ao Pólo Norte: o primeiro em 1908, e o segundo um ano depois. Mas admite-se que as suas afirmações possam não ser corretas e que tenham voltado antes de atingir o Pólo. O primeiro homem a chegar, com certeza, ao Pólo Norte foi o explorador americano Richard Byrd, que voou sobre o Pólo num avião em maio de 1926. Por terra, o primeiro a atingir o Pólo Norte, com absoluta certeza, foi o explorador americano Ralph Plaisted, em 19 de abril de 1968.

E ao Pólo Sul?

A primeira equipe de exploradores a chegar ao Pólo Sul foi chefiada pelo norueguês Roald Amundsen. Usando cães para puxar os trenós, eles chegaram ao Pólo Sul no dia 14 de dezembro de 1911.

Quem foram os primeiros homens a atravessar a Austrália?

O interior da Austrália, conhecido como Outback, é um deserto perigoso para ser atravessado por terra. Os primeiros a realizar essa travessia foram Robert Burke, Charles Gray e John king. Com ajuda de camelos, eles cruzaram a Austrália de sul a norte entre 1860 e 1861.

Quem atravessou o Canal da Mancha a nado pela primeira vez?

Matthew Webb, capitão da marinha britânica, foi o primeiro homem a atravessar o Canal da Mancha a nado, percorrendo 34 km em linha reta. Ele levou 21 horas e 45 minutos, em agosto de 1875.

Quem foi o primeiro homem a dar a volta ao mundo?

O primeiro barco a navegar ao redor do mundo foi o Vitória, comandado pelo explorador português Fernão de Magalhães. A viagem durou quase três anos, de 1519 a 1522. Magalhães morreu durante a viagem e os 18 marinheiros que sobreviveram tornaram-se as primeiras pessoas a dar a volta ao mundo.

Quem foi o primeiro a escalar o Everest?

O pico do Monte Everest foi alcançado pela primeira vez por duas pessoas: Edmundo Hillary, da Nova Zelândia, e Tensing Norgay, do Nepal. Eles chegaram ao topo no dia 29 de maio de 1953.

Quem foram as primeiras pessoas a viajar no espaço?

A primeira pessoa a viajar no espaço foi o cosmonauta soviético Yuri Gagarin, em 1961. Mas ele não saiu do campo de gravidade terrestre, apenas deu uma volta ao redor da Terra. Os primeiros astronautas a sair da gravidade terrestre foram os tripulantes da nave americana Apolo 8. Em dezembro de 1968, eles deram uma volta na Lua. Voltaram à Terra sãos e salvos, alguns dias depois. Os astronautas desta histórica missão espacial foram Frank Borman, Janes Lovell e William Anders.
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sexta-feira, junho 12, 2009

Ilha das Flores


Um filme do excelente diretor Jorge Furtado, que faz um retrato da mecânica da sociedade de consumo. Mostra a trajetória de um simples tomate, desde a plantação até ser jogado fora. É um trabalho que ilustra de forma verdadeira o processo de geração de riqueza e todas as suas desigualdades.

Produzido no ano de 1989, é uma maravilhosa reflexão sobre a nossa sociedade, extremamente, de consumo. Excelente para ilustrar aulas de várias disciplinas. Eu assisti quando ainda era estudante universitário, e sempre que preciso nas minhas aulas, recorro a ele.

Faz um retrato da mecânica da sociedade de consumo, mostrando a trajetória de um simples tomate, desde a plantação até ser jogado fora.
É um documentário que ilustra de forma verdadeira o processo de geração de riqueza e as desigualdades que surgem de uma forma muito atual. Trabalha vários temas como a desigualdade social, o desperdício, a reciclagem e o meio ambiente.

É um ótimo material para ser trabalhado em sala de aula de forma interdisciplinar, pois envolve diversas disciplinas do 1º ao 2° grau, além de envolver os Temas transversais.
Retrata a evolução humana que é degradante desde os tempos antigos até os dias de hoje, gerando desigualdades com enormes proporções e sem perspectivas de melhora, não só na Ilha das Flores, como no mundo inteiro.

Em 1995, Ilha das Flores foi eleito pela crítica européia como um dos 100 mais importantes curtas-metragens do século. Assista abaixo:




domingo, junho 07, 2009

65 anos do Dia D, a maior invasão da História

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O dia 6 de junho de 1944 é uma das datas mais importantes da Segunda Guerra Mundial. Naquela ocasião, 175 mil soldados anglo-saxãos (americanos, ingleses e canadenses) desembarcaram corajosamente nas praias da Normandia para libertar a França da ocupação nazista.


O mapa da invasão

Devido ao volume impressionante de navios de guerra, embarcações de transporte de tropas e aviões dos mais variados tipos e modelos, seguramente o Dia-D, o começo da Segunda Frente, deve ser considerado como a maior invasão aero-naval que a história até então conheceu.

A palavra final foi dada pelo oficial meteorologista James Stagg. Apesar do mau tempo predominante naqueles começos de junho de 1944, carregado de nuvens e chuvas intermitentes, haveria uma pausa no dia 6, assegurou ele ao general Eisenhower. Sofrendo os dissabores dos enjôos do mar, as tropas já estavam nos porões das 3.000 embarcações que balouçavam aos sabor das ondas nas costas da Inglaterra.

A invasão do continente europeu, a maior da história, batizada como Operação Overlord, tinha sido minuciosamente preparada pelo alto comando aliado. Era parte de um poderoso torno de aço composto pelos exércitos anglo-americanos e soviéticos (que deslocavam-se do leste), que se fechava sobre a Europa ocupada pelos nazistas. O supremo comandante aliado, o general Eisenhower, e o comandante das operações, marechal Montgomery, dispunham de 2 milhões de soldados prontos para tudo tendo à disposição o que havia de melhor no material de guerra.

Soldados canadenses posando com a bandeira nazista em 1944

O objetivo do assalto, segundo o general Eisenhower, “era a ambição de que forças terrestres e aerotransportadas ocupassem a costa entre Le Havre até a península de Cotentin (ambos na Normandia francesa), e, a partir do sucesso em formar cabeças-de-praia com portos adequados, dirigir-se ao longo das linha do rio Loire e do Sena diretamente para o coração da França para destruir o poder alemão e libertar a França.”

Naquela madrugada do dia 6, a vanguarda composta por 175 mil soldados, organizados em dois grandes exércitos (o US 1st Army sob comando do general Omar Bradley, e o GB 2st Army liderado pelo general Miles Demsey), levados por navios transportes, atravessaram o Canal Inglês ( Canal da Mancha) para desembarcarem de surpresa no litoral francês.

A Muralha do Atlântico

Desde 1942, Hitler, com 65% das suas divisões de combate lutando no oriente contra os soviéticos, decidira proteger o fronte ocidental erguendo uma série de casamatas no litoral do Atlântico: a Muralha do Atlântico. Cobriria a costa da Noruega até o norte da Espanha. Pronta, a Atlantic Wall lembraria um colar de cimento e ferro com bunkers construídos a cada 300 metros, aparelhados com canhões navais de 152mm. capazes de expulsar ou manter a distância qualquer barco mais ousado.

Ainda 58 divisões participavam da guarda, sendo que 10 delas eram divisões Panzer. Caso o inimigo ultrapassasse a primeira linha fortificada, era o plano do general Erwin Rommel, os tanques seriam deslocados rapidamente para vedar a brecha e fazê-los retroceder de volta à praia. Para o OKW, o alto comando alemão, a dúvida era saber por onde exatamente os aliados fariam o seu desembarque. Hitler acertou no alvo. Ao contrário do que sustentava o marechal von Rundstedt, de que os invasores viriam pelo estreito de Calais, que era o caminho mais curto, percebeu que os aliados precisariam de um grande porto, e este ficava em Cherburgo na Normandia.


COMENTÁRIO: Esse episódio, que completou 65 anos, com certeza marcou o início da derrota alemã na Segunda Guerra Mundial com a abertura do front ocidental, indispensável para vitória aliada. Até, então, os nazistas estavam sendo detidos apenas pelo esforço soviético, na frente oriental. Nessa operação, cerca de 150 mil soldados foram mobilizados na ocupação de 80 quilômetros da costa ao norte da França, na Normandia, em cinco pontos diferentes: Gold, Juno, Utah, Sword e Omaha.

O desembarque aliado na praia denominada Omaha, na Normandia, foi o mais difícil. Ao todo, aconteceram 10 mil baixas do lado aliado neste primeiro lance da Operação Overlord, que é considerada a maior ofensiva anfíbia de guerra já ocorrida. Só que nesse esforço de guerra que já vinha se desenrolando a muito tempo, merecem ser citadas também outras nações, como o próprio Brasil na campanha da Itália.

Para mim, o “Resgate do soldado Ryan” é o filme que melhor representa esse episódio. Todas as outras produções cinematográficas que mostram o desembarque da Normandia são muito fracas em matéria de realismo de sangue e horror. Há neste filme um heroísmo e um instinto de sobrevivência absolutamente inesquecível.
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quinta-feira, junho 04, 2009

Uma aldeia medieval ao alcance de todos

.No jogo online e gratuito Tribal Wars o objetivo é virar uma potência da Idade Média. São pequenas aldeias em evolução constante, com servos trabalhando 24 horas por dia, na produção incessante de madeira, argila e ferro. Castelos que vão crescendo. Recrutamento de lanceiros e espadachins. Ferreiros construindo armas. Trabalhadores desenvolvendo catapultas e construindo muros impenetráveis para proteger a cidade medieval da invasão de bárbaros, cavaleiros e espiões.

É assim, num cenário da Idade Média, que se passa o game Tribal Wars, um dos mais acessados na internet. Nesse jogo online de estratégia, com registro gratuito e em português, o jogador vira um senhor feudal. O principal objetivo é transformar sua pequena aldeia numa potência medieval, lutando contra todos os inimigos, até formar nobres e conquistar os rivais.
Mas para dominar outra aldeia e os outros mundos disponíveis, o jogador tem que ser insistente.

O segredo é ir desenvolvendo sempre o seu feudo até você chegar lá. Para fazer isso é só se inscrever em: www.tribalwars.com.br


COMENTÁRIO: É um jogo muito interessante, mesmo sendo de guerra. Além de divertido, ele ensina o jogador a conviver em sociedade, já que existem tribos e regras que todos têm que cumprir. Permite interagir com diferentes pessoas e culturas e proporciona senso de liderança e de trabalho em grupo. É um jogo que recomendo a todos aqueles que desejam aprender e ensinar História de uma maneira diferente. Vale a pena!
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